ENTREVISTA A ANDRÉ VALENTIM | BRAND AMBASSADOR BRASIL
“OS VINHOS SÃO PARA COMPARTIR”
As palavras fluem e o entusiasmo é perceptível cada vez que André fala sobre o vinho, sobre o que este representa para ele; como uma bebida pode nos levar a viajar, a nos transportar para diferentes paisagens, a aprender mais sobre outras culturas, a trazer encontros....
E isso se traduziu em sua paixão pelo vinho e pelas viagens que, em seu caso, sempre andaram de mãos dadas, ou uma levou à outra.
André veio até nós "por acaso" ou, melhor, por curiosidade. Uma noite, degustando alguns vinhos na loja de seu amigo Joaquin Alberdi, conhecedor e "guardião" de uma grande e diversificada seleção de vinhos de sua vinoteca "En lo de Joaquín", ele o fez degustar alguns vinhos que chamaram sua atenção. Foi a partir daí que ele começou sua busca para saber mais sobre o produtor destes vinhos muito diferentes, expressando as paisagens da Cordilheira, mas que ao mesmo tempo tinham um caráter muito pessoal. Então encontrou-se com Karim e quis saber mais sobre sua filosofia como enólogo e sobre cada um de seus projetos.
Ele então começou sua nova aventura, aquela que reuniu sua paixão por viagens, onde ele conheceria a origem desses vinhos, o lugar, sua cultura e seu povo. E nada melhor do que participar da colheita, para aprender a essência e os detalhes do que mais tarde se tornaria o vinho que tanto o impressionara e que agora ele queria comunicar.
Convidamos você a aprender mais sobre sua aventura em Mendoza e como ele agora se tornou nosso amado embaixador da marca no Brasil.
- O que significa para você o vinho?
Considero-me uma pessoa movida por paixões, e vinho e viagens são duas das minhas grandes paixões que andam de mãos dadas.
Foram precisamente as minhas viagens que me permitiram conhecer diferentes regiões e provar vinhos de diferentes origens. À medida que fui conhecendo mais, minha curiosidade em saber mais sobre o vinho foi despertando, o que me levou a querer saber mais, estudar e me treinar (por conta própria e fiz cursos na ABS de Rio, onde hoje faço parte de alguns grupos de degustação) e entrar em contato com pessoas que compartilham a mesma paixão pelo vinho. Sempre digo, me relaciono com esta bebida de forma consciente, prestando atenção às suas peculiaridades, às suas nuances, a fim de aprender mais e mais sobre esta bela bebida.
"Acredito que a experiência de beber um vinho vem sempre com vários pontos, porque onde bebemos, o que bebemos e com quem bebemos dá uma soma de sensações que transcende a degustação organoléptica do vinho. É justamente esta mistura de emoções que se consegue através de uma taça, o que acho fascinante".
- Quando e como você conheceu nossos vinhos?
"Os vinhos falaram, e eles me apresentaram ao seu criador".
Uma das coisas mais legais na vida são os amigos e o vinho nos traz muitos amigos na mesma sintonia. Assim, a primeira vez que bebi um vinho Karim foi através de Joaquín Alberdi, que preparou uma seleção de três vinhos de um produtor que eu nunca tinha ouvido falar antes. Eram três vinhos completamente diferentes, pertencentes a três projetos, cada um com uma personalidade muito distinta, com uma forte identidade. Estes três vinhos eram: um Paradoux Red Blend, um Abras Camino Real e um Altocedro Gran Reserva.
O primeiro que provei foi o Paradoux tinto, um vinho que eu achei incrível. Então escrevi a Joaquín para descobrir quem era a pessoa por trás desses vinhos. E foi assim que encontrei as primeiras histórias sobre Karim Mussi ("El Turco") e seus projetos. De lá, eu queria saber mais, então entrei em contato com a equipe da vinícola e decidi fazer uma viagem a Mendoza para participar da colheita. Foi uma experiência incrível, com muito aprendizado e conhecimento da equipe por trás desses vinhos.
- Conte-nos sobre sua experiência de colheita em Mendoza.
Se fosse resumir minha experiência em LA CONSULTA em uma palavra, certamente seria GENEROSIDADE.
Após a pandemia, que foi um período muito reflexivo e onde algumas preocupações e sonhos a serem realizados começaram a se apresentar, algumas das idéias que eu queria realizar começaram a tomar forma, como viajar a Mendoza para fazer parte da equipe de colheita.
Foi assim que cheguei à La Consulta, no início da colheita. Eu me senti muito bem-vindo pela equipe da vinícola (Laura, Facundo, etc.). Foi um período de cerca de 5 semanas, no qual passei a maior parte do tempo fazendo trabalhos de colheita e práticas de recepção de uvas. Foi também uma experiência muito enriquecedora em nível humano; vivi o dia-a-dia da La Consulta, um lugar muito menor que o Rio de Janeiro, mas com pessoas muito acolhedoras e com os caras da vinícola que, depois de longas horas de trabalho no vinhedo, saíam para jogar futebol ou para comer alguma coisa, as vezes a 01:00 da manhã!
Há duas histórias que levo comigo, dois vinhos que testemunhei ao longo de seu processo, literalmente da uva ao vinho.
Altocedro Año Cero Rosé. Um vinho que veio para mudar meus preconceitos sobre o que eu pensava ser um vinho rosé. Muitas coisas chamaram minha atenção; entre elas, quão exigente é a elaboração deste Merlot rosé fermentado em barrica, o cuidado e a quantidade de trabalho que ele requer, desde a chegada das uvas até seus processos durante a fermentação ..... Uma vez que estava pronto, foi um vinho que me surpreendeu! Por várias razões, por seu frescor e elegância, mas, acima de tudo, porque tem um potencial gastronômico incrível, o que recomendo beber não tão frio para apreciar sua complexidade de aromas e sabores. Eu sou um grande fã. Um vinho que levo sempre comigo para as degustações que organizo e que surpreende todos que o provam!
Altocedro Gran Reserva Malbec. Fiquei cativado por seu processo, que testemunhei desde o vinhedo. Pude ver as práticas de co-fermentação entre duas variedades provenientes de vinhedos antigos patrimoniais da La Consulta. Principalmente é o Malbec, com uma pequena porcentagem do Semillon, uma prática muito comum no início do século XX, colocado dentro da barrica, que é fechada e depois a fermentação ocorre no interior e a "remontagem" é feita manualmente, ou seja, nós enrolamos as barricas de modo que as peles entrem em contato com o líquido, três a quatro vezes por dia. Um trabalho muito exigente. E foi exatamente um desses três vinhos que chegou às minhas mãos através de Joaquín. Círculo completo!
Ver vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=JOLXPi9nd24
- ¿O que significa para ti ser Brand Ambassador de Karim Mussi Winemaker no Brasil?
A verdade é que para mim ser Embaixador de Marca é realmente um grande prazer, porque representa a oportunidade de compartilhar uma paixão, vinhos que de fato trazem muita verdade, muita identidade do que é a produção de vinho em La Consulta.
Tudo começou após o contato com a vinícola, que notei em nossas conversas uma grande afinidade e valores compartilhados, assim como uma filosofia e pontos de vista semelhantes sobre o vinho, onde, como disse antes, o vinho é um elemento associado à cultura, geografia, comida, pessoas, etc. É por isso que eu queria fazer parte desta proposta, para atuar como uma "ponte" entre os dois países, ajudando a comunicar e transmitir precisamente estes valores e as histórias "vivas" por trás de cada um dos vinhos. Meu objetivo sempre foi compartilhar minha própria experiência e conhecimento deste projeto através de diferentes eventos, degustações e jantares onde aqueles que participam se sentem parte desta comunidade de amantes do vinho.
Assim surgiu, de forma muito natural e orgânica, a possibilidade de representar os vinhos Karim no Brasil, uma oportunidade que me dá grande prazer e me leva a continuar nesta aventura do vinho, das viagens e da cultura.
AGENDA BRASIL | Setembro & Outubro: https://karimmussi.com/news/34.news